FORD T

 

 

O Ford T foi o primeiro automóvel produzido em massa a baixo custo, estando assim na génese da era industrial.

 

O primeiro Modelo T foi produzido a 1 de Outubro de 1908 e foi o primeiro automóvel de produção em massa (em série, nas linhas de montagem de movimento contínuo), dotado de peças de substituição e disponibilizado a baixo preço. Estava equipado com um motor de quatro cilindros e 20 cv, sem capota nem portas e era capaz de alcançar os 70 quilómetros por hora, com um consumo de 13 litros de gasolina em cada 100 quilómetros.


Em 1913, a linha de montagem do Modelo T revolucionou a produção automóvel; produziram-se mais de 15 milhões de unidades, vendidas por todo o Mundo.

 

Até 1914, o T podia ser adquirido em vermelho, azul, verde ou cinzento, mas  passou depois a ser vendido exclusivamente na cor preta, como forma de acelerar a sua produção. Desta época, ficou célebre a frase de Henry Ford: "O carro está disponível em qualquer cor, desde que seja preto.".

 

O veículo correspondia às necessidades dos norte-americanos, tanto da cidade como do campo, passando rapidamente a ter as versões camioneta e pick-up, esta última ideal para os agricultores. A sua popularidade no mundo rural era tal que foi afectuosamente baptizado como "Tin Lizzie" (Cavalo de Lata). "Lizzie" era o diminutivo de Elizabeth, então um dos nomes mais populares dados aos cavalos, daí a sua alcunha.

 

O preço de comercialização foi de 825 dólares na fase inicial, vindo a baixar até aos 260 dólares, em 1925.

 

Em 1921, 57 por cento da produção mundial de automóveis correspondia ao Modelo T. Até 1972, apesar da produção ter terminado a 26 de Maio de 1927, foi o automóvel mais vendido de sempre, sendo então superado pelo VW Carocha. Em 1999, o Ford Modelo T conquistou o título de «Carro do Século».

 

O primeiro automóvel a chegar a Portugal foi um Panhard et Levassor , importado pelo Conde de Avilez em 1895. Na Alfândega de Lisboa hesitou-se sobre a taxa aduaneira a aplicar, ponderando considerá-la uma máquina agrícola, decidiram porém aplicar a taxa correspondente às máquinas a vapor.

 

Os Avilez tinham palácio em Santiago do Cacém e, na primeira viagem, verificou-se  o primeiro acidente mortal: um burro foi atropelado e faleceu, vítima do progresso.

 

D. Afonso, o irmão mais novo de D. Carlos, era também um amante de carros e de velocidades estonteantes para a época . Conduzia freneticamente pelas ruas de Lisboa aos gritos: «Arreda, Arreda!», para que lhe saíssem da frente. Por isso ficou conhecido por Arreda.

 

Outra das consequências destas tropelias, foi a imposição de um limite de velocidade para conter a paixão do Arreda e de outros. Proibiu-se a circulação na cidade a mais de  10km/h!